quinta-feira, setembro 16, 2010

Café da Manhã


               O barulho de "Madalena" na voz de Elis Regina ronronou em meus ouvidos, me despertando vagarosamente do sono profundo em que me encontrava. Sentei, esfreguei os olhos, bocejei. Ouvi ao fundo uma voz: "Amor, vem tomar café!". Entre alegre e surpreso, levantei e caminhei até a cozinha. Ela me esperava, linda na simplicidade de sua beleza, que se estabelecia perfeitamente em seu corpo voluptuoso vestido de uma simples camiseta e um calção solto, sem maquiagem nenhuma. Preparava um suco, eu cheguei e a abracei prazerosamente por trás. Um beijo suave no pescoço macio. Ela fechou os olhos, sorriu e curvou levemente a cabeça para o lado do beijo: "Sente lá pra tomarmos nosso café.".

               Tomamos o café da manhã e conversamos banalidades, rindo entre uma mordida e outra no pão, entre um gole e outro no suco. Que coisa boa! De repente, entre uma conversa e outra, no pequeno intervalo no qual o silêncio pairou no ar e apenas nossos olhos se entrecuzaram, ela sorveu o gole do suco no prelúdio do que estava por vir. Sorriu, faceiramente. Ergueu-se, recuou, em um ato ágil e sincrônico tirou a camiseta. Seus seios reluzentes levaram libido a meus olhos. Ela mirou-me como em um convite e uma espera. Agarrou o suco e, calculadamente, deixou o líquido escorrer por seu corpo desnudo. Ver aquela cena impregnada de volúpia quase que me leva a insanidade. O líquido escorria harmoniosamente pelas suas curvas convidativas. Ela retirou a peça de roupa que faltava e tudo se tornou uma poesia só. A líquido banhando o seu ventre que movimentava-se como num ato hipnótico. Eu, já sem muito juízo, agachei-me, engatinhei até suas pernas e as abracei famintamente, ajoelhado, feito um escravo, eu lambia cada mínima nuance daquela escultura que se estabelecia frente à minha visão, saboreando cada sutil estrutura, cada pedaço de sua pele, seus seios, saciando minha sede aos poucos. E quando já era impossível os atos coordenados eu levantei! Tomei-a em meus braços, puxei ferozmente a toalha da mesa, joguei-a por cima e, já perto de começarmos a dança mais primitiva já inventada...Acordei! Brincadeiras de minha mente lúdica...