sábado, novembro 17, 2007

De Um Viajante...

Um simples grão de areia na infinitude do universo,
vem a brisa e me leva a todos os lugares.
Grãos e grãos, doces e salgados, eu respiro novos ares.
Perco-me nessa amplidão, profundamente imerso
em construções, avenidas, carros e ciência.
Pensando de mãos-dadas sem nenhuma companhia,
a brisa continua, leve e fria.
Dando-me, da vida, grande experiência.

Cada grão em sua liberdade,
cada praia, uma diversidade.
Entre grãos paraenses-gaúchos,
cariocas-goianos,
capixabas-paulistas,
saúdo a ventania que os leva à praia de candangos.
E vou além, ainda, perdendo-me em desencrontos,
achando-me em desenganos,
de grão em grão da praia maior chamada nação.

Da tempestade branda que me acompanha,
eu levo sorrisos, abraços, reinvento a dança.
E à noite, ainda viajando, eu sou o mundo todo,
sou o oceano. Eu sou todo mundo e quando me engano,
sou gota d'água pingando afagos sem siso
em cada ser humano.

Uma paixão ardil pela humanidade,
das minhas mãos fluem fogo e saudade
de cada praia passada,
de cada grão de amizade.

Assim, sozinho continuo,
querendo a todos abraçar.
Sendo terra. Sendo fogo.
Sendo água. Sendo ar.