domingo, dezembro 11, 2011

Desconheço

Chego ao pé do morro de minhas conclusões indefinidas e contemplo,
Por um simples instante, todos os equívocos que conquistei.
Todas as idéias falhas a que sucumbi.
Questionamentos tantos e a lógica esvai-se de minha razão.
Em outro tempo poderia ter sido o que enxergo interiormente.
Ou não.

Dói todo esse dia de contemplação. Admiro, ainda, meus pensamentos
Mesmo nos erros eles ainda persistem, alunos de toda essa matemática
Sem fundamento que é a vida.

Miro, ao alto, o topo do morro. A chegada.
Desconhecendo os percalços da escalada, as adversidades que enfrentaria.
Por um instante, meu, reflexivo, confabulo várias trajetórias e fins.

Baixo os olhos, viro e reconheço as pegadas e até onde cheguei.
Meu ser, mais resistente, triunfa na abstração do porvir e logo depois cala.
Inspiro, exaustivamente, um novo ar. Quase que pesado, dou o primeiro passo.

O que me espera lá no alto? Desconheço...
Quem serei eu lá no alto? Desconheço...

Conto apenas com essa sensação de novidade
E a certeza de que o mais importante será a trajetória que hei de percorrer.
E que, lindamente... desconheço.

domingo, agosto 21, 2011

Escuro Iluminado


Meus selos cotidianos esmaecem com o passar das horas.
Perdi a nutrição de minhas células incautas que, com os anos, desgastaram-se, extinguiram-se
Sofri a perda de todas as lágrimas mundanas. Sou mais hoje do que o menos que serei.
Procuro-me em transações infinitas de minha metafísica freqüente.
Ressona em meus ouvidos um delírio inconseqüente. Fui outrora vil e desordenado. Hoje espalmo em um seio emagrecido, desvanecido.
Grito para ouvir ecos desse abismo sombrio que me executa. Surdo, surdo, surdo...
Quebro minha cabeça, quebro minha fachada. Quero o resgate, mais nada!
Engasgo palavras, o idioma universal das sensações entala em minha garganta áspera.
Minhas mãos colhem as reticências que escorrem pelos dedos, pelas fenestras, pelos buracos do meu ser desgovernado.
Não perco, não acho, sou apenas eu sem nenhum recado a dar...
O que restará dessas essências vazias que reverberam como uma orquestra vazia em um teatro?
Somente a vida que exaspera,  me remete ao fundo, a um escuro iluminado.

domingo, junho 19, 2011

Luzes do Entardecer

Mar e sol. Sol e Mar.
Reflete em meu peito teu iluminar.
Beija meu sorriso num breve silêncio. Anda Luz.
Caminha no meu ser e me seduz.

Céu e Lua. Lua e Céu.
Leva meus barcos de papel.
Segura a minha mão, como criança.
Mostra-me o infinito de tua andança.

Dia e Noite. Noite e dia.
Dedilha em meu rosto tua música e poesia.
Desenha teus astros em meu olhar.
Curva, desatino, me deixa flutuar.

Em tua Lua linda, eu sou teu Céu.
Na noite escura eu sou teu Sol.
De Dia calmo, eu sou teu Mar.
Iluminando, refletindo, sereno em te amar.

sábado, fevereiro 05, 2011

Previsões do Passado

Madrugada serena e me encontro fechado, pensando passado, saudoso, insensato.

Certo seria apagar o que minha mente tenta executar, parar de recordar.

O que uma vez existiu e nada mais espera, que ainda revoga somente o outrora.

Ataco-me em transcedências vis de minhas lembranças inúteis.

Pois nada há de reviver nem muito menos recriar! O momento no qual revive minha mente reconstrói-se em ilusões.

Agora hei de viver o presente. Carpe diem ad infinitum! Sugar o que meu ser pressente. Reinventar-me em sensações.

Não que o passado seja maldito ou nem mesmo valha a pena rememorar, já que fui seu aluno, seu aprendiz.

Somente a lição ecoa em meus ouvidos loucos: “Vai e te molha nessa desordem da vida, nessa harmonia desorganizada de teu ser. Não espera. Não cogita. Muito menos presume. Pula, surta, pica a mula! Tudo te espera em um sorriso...com doçura...”