quinta-feira, junho 28, 2007

Harmonias Silenciosas

Essa harmonia, só eu posso escutar?
A todos quero mostrar. Olhem!
A beleza aqui exposta. Escutem!

Demora. Passo por louco.
Foi pouco. A mim resta muito.
Surto.
Sigo a dança, mansa, do cotidiano, insano.


Deixa pra lá. A vida eu hei de cantar,
a alegria, o sorriso e, por que não, a morte!
Nasci sem vergonha, sem escolha!
A noção eu perdi! O meu caminho tá aí:
na estrada do dia-a-dia.
Na busca incessante de um devaneio.

Em meio ao meu desatino,
quis arpejar minha alma,
mas dela só obtive murmúrios,
notas suaves de loucura.

Ouça bem agora:
essa é a verdadeira canção!
Vem sem medo. Vem sem razão!
E eu te digo, meu irmão:
morrer, não morres mais (são),
pois em cada amigo tu deixarás,
no coração, teu suave sorriso, tua mão.
E até lá, a ti, somente a própria vida,
regada de loucura, regada de tesão!

quinta-feira, junho 21, 2007

Braços do Cotidiano

Desse cotidiano,
o que podes me dizer?
É tão fácil ( , ) ser humano!
O abraço simples de um ser.
Humano.

Por vezes, esqueces disso.
Do teu braço, do teu riso.
Estás mergulhado?
Diria, já nesse momento, afogado.
No trabalho, na mídia, no cotidiano
Humano.

Tiraram de ti a infância.
Tiraram de ti os anos. Insanos.
Criaram em ti um modelo.
Criaram em ti um comum.

Esqueceste da beleza.
Conheces a Gisele Bundchen?
Qual é o nome do teu padeiro?
Qual é o nome do zelador do teu prédio?

Estás estressado?
Assite à uma comédia do Jim Carrey!
Mas o teu porteiro é tão engraçado!
Esqueci!
Um dedo de prosa nunca deves lhe ter dado.

Nasceu em ti um sem humano.
Nasceu em ti um automático.
Morreu em ti teu próprio braço.
Morreu em ti a tua visão.

Qual é o carro do ano? Qual é, meu irmão?
Qual é a moda do verão?
Quantas árvores há na tua rua?
Resta flores ainda no teu chão?

Não.
Que cara de susto é essa?
Ainda tens tempo. Por que a pressa?
Ainda tens coração. Usa tua visão.
Ainda há-braços.

De despedida, te dou um sorriso.
De lembrança, um aperto de mão.
Mas, para um abraço,
só tu podes me dizer
Se ainda há braços,
Se, em ti, ainda há ser.
Humano.

segunda-feira, junho 11, 2007

Do Meu Pequeno Sentimento de Mundo

Do meu pequeno sentimento de mundo,
eu desejo apenas, bem lá do fundo,
ser músico e poeta, ser humano.
Nessa estrada, me esperar, inquieta
a longa aventura dos anos.

Quero beber, sabeoreando o gole, a humanidade.
Sem ser pequeno perante os horrores.
Quero enfrentar, das horas, cada adversidade.
Da vida cotidiana, sentir somente amores.
Poder em qualquer passo,
ganhar um sorriso e dar um abraço
sem nenhum siso, sem nenhum asco.

Se tiver que fazer música,
que ela seja lúbrica!
Com notas suaves de uma brincadeira rústica,
de quem ri primeiro uma risada acústica.
Dessa brincadeira, ganhar quem gargalhar
de peito aberto, chegar a lagrimar.

O amor grande, ser dividido entre meus companheiros,
sendo reservado o carinho especial
e o amor total
para o ensejo de reconhecer
meu sorriso em outro ser.

Amar com toda força num beijo,
Chorar com alegria num abraço.
Aprendendo com as tristezas
fazendo delas um novo passo.
Uma nova dança.
Voltando a ser criança,
querendo só um pedaço,
da vida que é tão ampla.
Do tempo que é tão ágil.

Amar alguém com força até ser velinho,
guardando pra esse momento
um afago pequeninho
como se fôssemos, ainda, namorados.

Morrendo docemente sobre o legado
de ter risos e amores espalhado,
De a mais doce essência da vida, ter sugado.