terça-feira, maio 22, 2007

Embriaguez

Foi naquele dia que eu tremi, que eu caí.
Sem saber o que estava por vir...

Andava solto por entre gentes,
falava de conquistas somente.
Mulheres diversas de um coração ausente.
Relações vagas com as quais dormia.

Nem sabia que meu ser nada sentia.
Nem sabia que infeliz eu vivia sorrindo
na ignorância de tomar cerveja,
de me embriagar, de ficar...
Mentindo.

O dia passava e eu dançava,
na vida. O que é a vida?
Nem isso eu sabia. Beijar.

Mas teve um dia que não passou,
nem me acordou. Preso fiquei,
inebriado . Apareceu o início,
começou meu vício
e o coração se fez presente.

Foi naquele dia que eu tremi, que eu caí.
Sem saber o que estava por vir...

Você tomou a mim, ao meu dia.
Uma mulher só no meu coração fremente.
Agora eu sentia . Agora eu cantava,
conquistava a mesma mulher todo dia.

Você era minha dança, minha cerveja,
era só ao te beijar, que eu me embriagava.
Era só ao te amar, que eu vivia.

Você, só você, me enlevava
Pois só com você que via
beleza rara
nas simples coisas do dia-a-dia.
Sorriso...

Se uma coisa te devo,
é somente a gratidão.
Por pequenos momentos,
por grandes sentimentos.
Pelas histórias, pelas memórias.
Pelo verdadeiro porre. Pelo verdadeiro beijo.
Mas, principalmente por, somente ao me olhar,
conseguir me mostrar a desconhecida face do meu coração.

E se não foi assim pra você
eu entendo, menina.
Entendo a morada, entendo a partida.
Mas nunca vou entender como,
mesmo partindo, continuas aqui.
Mesmo ausente, me fazes sorrir.

Foi naquele dia que eu tremi, que eu caí.
Sem saber o que estava por vir...

quarta-feira, maio 16, 2007

Por Baixo dos Panos

Hoje te vi. Altiva!
Beleza banal que me cativa.
Entre o belo e o feio, simples.
Sem adorno. Sem batom.
Sim, tens o dom.

Alucinado fiquei. Perdido.
Sem explicação nem resposta.
Mostra. Isso, me enleva,
que eu bebo tua imagem feito doido.

Entre os outros és só mais uma bela, minha fera!
No meu quadro, és dona e eu criado.
Comum fico. Inebriado. Será que percebeste?
Passando ao meu lado, nem olhaste.
Sabes sim, de mim aqui.

Tua malícia é meu espinho.
Tua simples carícia
nos cabelos, meu vício.
É no leve reclínio do teu colo que esmoreço.
E se atento permaneço...
...por dentro de minhas vestes cresço.

Da minha imaginação, somente o suplício
de fazer real o pensamento.
Atordoado me contenho. Possuído de temor.
Paixão ou amor? Não é esse o meu tormento.
A essa pergunta resposta já tenho:
é desejo, obsessão, sofrimento...

Pois, enquanto para outros, andas.
À minha imaginação mandas
imaginar-te somente em rendas.

Se aos demais, tu simplesmente sentas,
é ao meu imaginário que atormentas,
ao te pensar em outras posições.

E se queres saber, quero ficar no desespero.
Pois quanto mais eu me esmero,
mais despida ficas em meu ser.

Então segue, menina. Vestida.
Continua...
Mas lembra sempre:
no verão ou no inverno, de terno...
...não importa. Aos meus olhos sempre estarás nua.