E ele foi se abrindo, a revelar a beleza singela e serena de seu interior.
Ostentando a brancura sutil de sua vanguarda, me condenando à escravidão.
Eterno escravo a contemplar este acontecimento.
Sem piscar, para não perder nenhum detalhe, degustei a visão.
E, em toda sua sutil apresentação, numa sincronia natural de sua beleza,
emitiu em harmonia o som de sua presença.
Um som ordinariamente raro, uma melodia...
Dancei, com meus olhos eu dancei. Viciei. Acompanhei.
E, como numa quase perfeita sintonia, ele veio de encontro a mim.
Ele, o teu sorriso, encerrou meus lábios.
Completando minha fuga desordenada ao teu mundo,
nele me embriaguei.
E ele, já agora abraçado em meu beijo, foi se desfazendo,
sua melodia cantando a carícia de nossas línguas.
Ecoando em meus lábios, eu sorri o vendo partir.
E meu riso, saudoso, murmurou ainda embriagado de ti,
o antigo e simples clichê do teu efeito em mim:
- Te amo...
2 comentários:
Você me lembra José Saramago. Descreve a realidade (o humano) poeticamente.
Amei.
Os velhos clichês ainda são válidos, tudo depende da ocasião...
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