quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Se você não entender, não me culpe!
Eu era apenas um menino de dar pena.
Escondido no coração, no amor por si mesmo.
Não que eu seja egoísta, veja bem!

Se você chegou, me mostrou e me tornou.
Chegou no almoço, no banho, um alvoroço.
Mostrou-me o riso, o telefone, formou o círculo.
Tornou-me um homem, com codinome, um ridículo,

pois escrevia: "Oh, meu amor! Oh, minha bela!".
Achando lindo, coisa mais pura e singela.
Rindo alto de coisas bestas, estúpidas!
Se você risse, estava nesta. O banho.

Se você se foi, egoísta, veja bem!
Cadê o meu coração? Eu não almoço.
O telefone, um homem de dar pena.
No penar de apenas ouvir meu nome.

Se você entender, não se culpe.
Eu sou apenas estúpido, besta!
Com riso baixo, sem banho, não chego.
Pois escrevo: "Ao amor! A minha fera!"
Mas isso tudo é se, no entanto, não espera.

Nesse "se" eu não me perco.
Se o círculo é infinito, nem esmoreço, cresço.
Mas mereço nesta, coisa mais pura e singela,
vida besta de amar, de dar pena, outra bela.

Esse teu "se" do jantar, do enxugar, sem alvoroço.
Não seja egoísta, veja bem! Porque
se você duvida, o riso fica sério,
mas não ame, oh, minha bela ridícula!

Porque há muito para você temer:
Eu posso não mais o círculo.
Deixar de ser ridículo. A reta aparecer.
O telefone.

Eu sei, o jantar, mas...
...e se.

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