domingo, fevereiro 22, 2009

Ausênpresença

Pensando sobre o novo velho, digo estar perdido.
Se me fazes perder o sentido, a razão, me confundindo.
Ciente da partida, aceito o inaceitável. Sabendo do estabelecido:
és de fato o que poderia ter sido, que não era, mas que um dia foi.
E, em desatino, vago pela madrugada, a despertar as sensações.
Aquelas que outrora senti contigo. As de quando, a dormir, exalavas,
a sorrir, me embriagava. Encantando, como um louco, esse menino.
Não é de minha vontade estar em ti novamente, pois me faria vão.
Eu me refaço diariamente em nós, para lembrar de nossa doçura,
para não esquecer de nosso carisma. E te deixo, assim...passeando...
És mais linda em mim quando te vejo em paz, toda de branco.
Emergindo no meu ser como a luz e a vida, leve como o silêncio da madrugada.
Assim, a saudade é serena, a dor flutuante e tua presença constante.
Não te quero esquecer, pois em mim a metafísica estaria terminada.
E toda a crença de recriar, reinventar, na tua voz, na tua pele, seria inutilizada.
Já que é só nos momentos de tua lembrança, que vive em mim toda a certeza.
Assim, te entrego ao ar que passeia em nosso meio, para que possas alçar teu vôo.
E desabrochar para minha solidão, somente essa pluma, somente a suavidade da tua mão.
A saudade não seria mais um fato, apenas o passado. E eu seria presente, vivo para
pairar, sorrir, em um novo estado de crença, um novo alguém na lembrança.

Um comentário:

Cynthia Ayan disse...

Obrigada, lindo com sempre