domingo, julho 18, 2010

Brincadeiras da Memória

Eu hoje levantei da cama sonolento e desatento.
Procurei em mim com grande esforço o sustento, não te vi.
Senti, ainda, brincando com a minha memória, a suavidade de teu sorriso. E sorri.
Suspirei teus olhos num doce afago.
Lamentei, olhei de lado. 
Dói, é chato, querer teu tato e não poder. No meu espaço, estar sozinho e fenecer...
Procuro distrações, brincar com o tempo, mas eu me lasco.
Se fecho os olhos, é teu aroma que me vem, tua sintonia, o teu enlaço. 
Na tua pele navego meus dedos, cintilo meu beijo
em teu ventre cálido.
Querendo tua companhia. Bebendo esse nosso sentimento.
Sentimento nosso de ternura, que me faz dedilhar teu rosto
e palpitar o coração. 
Reconhecer em teu olhar, meu lar. Ouvir tuas palavras
e escutar nossos segredos
Acho em teus abraços a minha morada.
Me olhas e com esse olhar, conta-me coisas secretas.
Não temos muito mais neste mundo. É só ficar contigo, nada mais.
Só esse desejo de ficar perto, escutando os murmúrios de teu riso acalentando o meu peito inquieto.
É estar ao teu lado, simplesmente. Provar teus cabelos, ouvir
os teus braços enquanto, embaraçada, me contas banalidades.
Me fazendo confidências, dos teus segredos mais bonitos,
sem que ao menos saibas que é em teu corpo que os decifro.
E nesse navegar de minha memória, vivo a eternidade da espera do momento que anseio de contigo colecionar emoções com a doçura de uma criança que brinca de carrinho com a maestria de um sábio.

4 comentários:

Anônimo disse...

Excelente texto, mas o que mais me impressionou mesmo foi o colete psicodélico, o charuto (é um charuto?) e a cara de doidão. Devia estar LEGAL.

jan Câmara

Emannu Serrão disse...

e não tem coisa melhor que esse anseio mesmo, belo texto primo.

Anônimo disse...

siiiiim!

'dói, é chato'
exato.

teus textos sempre me fazem visualizar o cenário, poderias ser roteirista!

Unknown disse...

Como sempre, brilhante! concordo com ela ao dizer que vc poderia ser roteirista.