domingo, setembro 06, 2009

Nossos Versos

Não sei se o controle de minhas mãos me foge ou se já o tenho perdido em tua presença.
É incerto que eu espere pela tua conivência, já que logo me entrego à libido e te tenho em fluência.

Eu te miro em cadência. Leio em ti um poema.
Devoro as palavras dos teus movimentos, recito tua carne que sussurra em meus lábios
gemidos lascivos, doces pecados.

Eu te conjugo.
Tu me possuis.
Ele te invade.
Ela o envolve.
Nós nos temos.

Nessa posse desordenada que te imagino, ora és prosa, ora és verso.
Soneto. Rimas desconexas. Eu te traduzo...
Das metáforas que me apresentas, assino meu paladar em cada reticência.
E teu corpo me escreve, desenha incongruências.
Do nosso discurso direto, rabiscos e letras de volúpia.

Frases confusas, quase dadaístas. Sou estrofe, és quarteto.
Sou poema, és libreto. Em sinfonia, eu te arpejo e perco.
E ao final da leitura, a rubrica, que é terna, quase trêmula.
O texto declamado.
O nosso amor, em gestos, versificado.

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