sexta-feira, setembro 18, 2009

Queria ter mais que uma mera visão,
ser cego de ver tudo, além do que em minha frente se estabelece.
Sucumbir à toda idéia, enxergar toda minha imaginação.
Mas me pego fraco, simples e comum. Sem metafísica, nada em mim transcede.
Procuro respirar ainda o ar que de confabulações me cerca, essência de loucuras,
ecos do que queria viver e na realidade fenece.

Vou a cada canto respirando, tateando, a procurar o que em meu próprio ser já achei e
continuo a ignorar. Uma indiferença facultativa, que ainda me movimenta nas regras
sociais que quero me enquadrar.
Sabendo que sou sem quadro, sem espaço. O meu tempo é pequeno demais para me preocupar.
O meu dia é muito fugaz, quero abraçar
o vento, melodia...sorrir da chuva, gargalhar da lida cotidiana que me faz só mais um.

Eu sou tudo, eu sou mais um. Sinto profundo, sinto nenhum.
O beijo doce a estampar, o amargo fel da vida a rejeitar.
Não quero a vida comum. Quero a minha, a que eu guardo bem aqui.
A de apenas minhas sensações escutar, sem querer saber do futuro.
Eu quero o meu presente. Este presente.

Agora, vou acordar, levantar e sorrir...
Não porque escapei. A realidade se faz agora em mim,
Sigo por dentro e vou correndo, deslizando em devaneios,
me refazendo a cada minuto em desatinos,
sorvendo de cada sentimento minha metafísica.

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