quinta-feira, setembro 07, 2006

Eternos Heróis

Tarde qualquer, observando o sol indo embora pela janela,
que me lembro de tudo, com doce penar.
Olhando os pêlos nos meus braços, através da imagem aquarela.
Passou e restou, pouco! Do que em mim era puro e ingênuo. Recordar.
O que outrora fui e se perdeu. Meu barco de papel afundou no oceano
de lágrimas, junto à minha lancheira. Acabou o tempo do meu recreio.
Os monstros agora não passam de bonecos. Bonecos!Ah, os bonecos daqueles anos.
Todos se foram. Pouco daquilo sobrou. Agora, tenho que ser soldado sem receio.
Minha cabeça de papel queimou, amassou, pelo ralo do tempo escoou.
Obrigação hoje é trabalhar para comprar meu lanchinho, porque já sou fortinho!
E a energia, antes abundante, hoje se faz escassa. Olhos de quem um dia chorou
esperando o pai na escola. Senhoras e senhores, ninguém já bate à minha porta!
"Põe a mão no chão!", já não parte de meus coleguinhas. Só ladrão!
Hoje, sem atenção, eu só escuto o "Vai pro olho da rua..." do patrão!
Ah, queria eu ser ciente de tudo isso naquele tempo! Naquele tempo em que a ânsia
aparecia no Natal, que as feridas eram de quedas na rua e que tudo parecia grande!
Caminho em direção ao espelho, procurando por um rosto sem barba, sem olheira, sem relógio...
Quem sabe, ele ainda esteja ali, no fundo da minha retina...rindo, pulando, suando!
E vai continuar lá, se eu quiser. Porque na adoleta da vida, o que enxergo no espelho é só
o reflexo de um menino fantasiado de adulto, brincando...

3 comentários:

Anônimo disse...

Tu falaste pra eu escolher o que eu mais gostei... IMPOSSIVEL!
todos sao muito bons :)
:**

Anônimo disse...

Quando li, lembrei de uma certa regravação de uns conhecidos nossos:
Meu pai um dia me falou
Pra que eu nunca mentisse
Mas ele também se esqueceu
De me dizer a verdade
Da realidade do mundo
Que eu ia saber
Dos traumas que a gente só sente
Depois de crescer...

beijos

Anônimo disse...

Quando li, lembrei de uma certa regravação de uns conhecidos nossos:
Meu pai um dia me falou
Pra que eu nunca mentisse
Mas ele também se esqueceu
De me dizer a verdade
Da realidade do mundo
Que eu ia saber
Dos traumas que a gente só sente
Depois de crescer...

beijos