terça-feira, agosto 29, 2006

Emoções Imperfeitas

É,
a certeza foi embora essa manhã.
Sim,
vai ser difícil, mas e daí?
O presente não quer saber disso não.
Os passos persistem, quase caí.
Demorou para encontrar de novo o chão.

Não,
não sei se é passageiro. Calo!
Derramo lágrimas e derrapo
no que em mim faz de mim um trapo.
Quando encontro fraqueza no que falo.
Quando estou em um universo sem Força.

Sim,
quero a incerteza. Quero o tocar.
Sem a firmeza, sem para o futuro olhar.
Já que ele pode não estar mais lá,
quero dançar essa música do sentir.
Antes que ela diga: "Tenho que partir."

Não,
nem tudo é um jardim. Sei.
Persisto, abro mais a janela.
Vem Sol, vem chuva! Enxergo e recordo,
tudo que um dia foi certeza, guardei.
Nasceu e precipitou coisa maior. Ela
me deu óculos. Eu concordo.

Sim,
posso vê-la mais suja. Vai.
posso vê-la mais limpa. Fica.
Olha lá, o míope agora pode ver.
Do que nele é antagônico nela, além da janela.
É sim ou não, e então?
Depois da acomodação, só resta a constatação.
O óculos para o amanhã não funciona.
Só lhe resta crer.
Não é a certeza que de manhã foi embora.
Foi só a luz de um novo sol que ele viu nascer.

Um comentário:

Anônimo disse...

Como sempre, de muito bom gosto. beijo